quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Eu fui feliz lá no bodocongó

Na música “Eu fui feliz lá no bodocongó, Marcus Caffé consegue expressar o sentimento de nós Campinenses por este bairro tão querido. Tal autor também homenageia o grande patrimônio da nossa cidade que possui o mesmo nome do bairro, “açude de bodocongó”, devido a sua importância tanto histórica como cultural. Neste sentido, iremos falar sobre este patrimônio que é imprescindível à nossa cidade.

O Açude foi criado nos primórdios do século XX na administração de Cristiano Lauritzen, por causa da escassez de água na região e prestou socorro aos campinenses, em momentos cruciais de sua história. O mesmo logo caiu na graça dos Campinenses tornando-se um ponto de lazer, inclusive com passeios de barcos (Na década de 50 chegou a existir um clube aquático no Açude).

Ao seu redor começaram a surgir empresas, destacando-se o “Curtume Vilarim”, e o famoso Matadouro, além de servir de alicerce para o surgimento do célebre bairro.

Hoje o açude é castigado por um processo intenso de assoreamento, que pode levá-lo às agruras da extinção, como reservatório d’água e deixar órfãos aqueles que se inspiraram no açude para fazer suas poesias e suas canções.

“Antigamente, muitos pescadores e lavadores de carro sobreviviam exclusivamente do açude de Bodocongó, sem falar nas pessoas que o utilizavam como lazer, freqüentando-o nos finais de semana, pescando e passeando em barcos, e canoas. O açude é forte, resistente, mas está precisando de socorro”, afirmou Santo da Terra presidente do Comitê Pró-Revitalização do Açude de Bodocongó.

Para ele, o Açude não traz beleza apenas para o bairro, mas para toda a cidade. “Ele é o berço da limnologia (ciência que estuda as águas interiores) em Campina Grande e tem uma importância enorme, sendo um dos mais cantados pelos artistas da região”, lembrou.

Não vamos nos esquecer desse reservatório que serviu, ao longo da História, e serve atualmente, a Campina Grande. Até mesmo se ele já tiver prestado todos os seus serviços, não seria justo esquecê-lo e abandoná-lo à própria sorte.

Será que agora iremos  deixar tal manancial se esgotar, à míngua, como se nenhum serviço tivesse nos prestado? Isso será um crime indefensável contra os nossos foros de cidadania se porventura vier a acontecer.

Tenho guardado em minhas lembranças momentos inesquecíveis vividos e banhados pelas águas. Quando ainda garoto me reunia com os colegas do bairro (Bodocongó)  para irmos ao açude nos banharmos com suas águas e aqueles momentos pareciam mágicos tamanho era o poder que suas águas tinham sobre nós. Lembro-me que uma das nossas brincadeiras preferidas (E nada recomendada) era a travessia do mesmo a nado, o qual como em qualquer brincadeira de criança nos sentíamos  invencíveis quando se conseguia tal façanha.

Por isso canto “Eu fui feliz lá no bodocongó”

Abraços a todos e até a próxima.

Edgley Tavares

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