Em entrevista ao Correio Debate, na tentativa de justificar a legalidade do fato de uma clínica da qual é sócia receber recursos do Fundo Municipal de Saúde, a secretária Tatiana Medeiros disse que era apenas "sócia "quotista" da Ortrotrauma Clínica Médica S/S Ltda, não sendo "sócia administradora", podendo, portanto, firmar e manter tal contrato mesmo sendo ordenadora de despesa do município.
A declaração da secretária não condiz com contrato da sociedade do qual o blog teve acesso na íntegra.
A Cláusual Quinta, que trata da Administração, da última alteração contratual da Ortotrauma Clínica Médica S/S LTda, de 2004, revela com clareza que a secretária Tatiana Medeiros também exerce a função de administradora da empresa junto com os demais sócios cotistas, "podendo praticar, com isso, todos os atos compreendidos no objeto social". Inclusive, em juízo.
Ontem, a secretária confirmou que a clínica, da qual é sócia desde 1994, continuou recebendo recursos do Fundo Municipal de Saúde depois que ela assumiu o cargo. Ela declarou, no entanto, que tudo está dentro da lei e que os serviços são devidamente realizados, sendo a Ortotrauma a única de Campina Grande que se propõe a realizar o serviço da qual foi contratada em 2008, quando Tatiana ainda não respondia pela Secretaria de Saúde.
A posição, no entanto, não amenizou o impacto da informação. O caso foi o principal assunto da mídia campinense nesta sexta-feira e repercutiu em conversas no meio jurídico e político. Mesmo entre os que falam em legalidade da operação, admitem o equívoco e uma certa de dose de problema ético, com reflexos na imagem da secretária.
Os mais apocalípticos dizem que Tatiana Medeiros sofrerá um processo por improbidade administrativa e terá dificuldades em registrar sua candidatura à prefeitura de Campina Grande.
Luís Tôrres
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