Por Lenildo Ferreira.
A Prefeitura de Campina Grande inaugura, esta semana, a primeira Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade. A iniciativa faz parte de um conjunto de ações implementadas pelo Governo Federal, em parceria com os municípios, focadas na atenção básica e intermediária.
No entanto, ao contrário do que a prefeitura alardeia, a UPA, mesmo sendo um equipamento importante e uma relevante conquista para a saúde municipal, não é um hospital. Aliás, a estratégia da PMCG de, confrontando o óbvio (nesse caso a própria sigla, tratando UPA como Hospital de Pronto Atendimento) revela-se desastrosa, pelo fato óbvio de que escandalosamente transmite uma falsa informação à população.
Se, de qualquer forma, restar alguma dúvida sobre este equipamento, ela pode ser dirimida com a leitura do texto abaixo, disponível no Portal da Saúde do Governo Federal. “Quando o paciente chega às unidades (UPA), os médicos prestam socorro, controlam o problema e detalham o diagnóstico. Eles analisam se é necessário encaminhar o paciente a um hospital”, esclarece o texto, fazendo a devida diferenciação, sem deixar margem para interpretações outras ou distorções: UPA não é hospital.
Aliás, a publicidade institucional de entes públicos deve ter como objetivo informar e prestar contas à sociedade. Jamais comunicar uma informação estrategicamente distorcida.
Leia o texto do Portal da Saúde:
O Ministério da Saúde lançou, em 2003, a Política Nacional de Urgência e Emergência com o intuito de estruturar e organizar a rede de urgência e emergência no país. Desde a publicação da portaria que instituiu essa política, o objetivo foi o de integrar a atenção às urgências.
Hoje a atenção primária é constituída pelas unidades básicas de saúde e Equipes de Saúde da Família, enquanto o nível intermediário de atenção fica a encargo do SAMU 192 (Serviço de Atendimento Móvel as Urgência), das Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24H), e o atendimento de média e alta complexidade é feito nos hospitais.
Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h)
O objetivo é diminuir as filas nos prontos-socorros dos hospitais, evitando que casos que possam ser resolvidos nas UPAS, ou unidades básicas de saúde, sejam encaminhados para as unidades hospitalares.
As UPAs funcionam 24 horas por dia, sete dias por semana, e podem resolver grande parte das urgências e emergências, como pressão e febre alta, fraturas, cortes, infarto e derrame. As UPAs inovam ao oferecer estrutura simplificada - com Raio X, eletrocardiografia, pediatria, laboratório de exames e leitos de observação. Nas localidades que contam com as UPAs, 97% dos casos são solucionados na própria unidade. Quando o paciente chega às unidades, os médicos prestam socorro, controlam o problema e detalham o diagnóstico. Eles analisam se é necessário encaminhar o paciente a um hospital ou mantê-lo em observação por 24h.
A UPA de Guarabira foi construída e equipada em apenas seis meses.
A Unidade de Pronto Atendimento da cidade de Guarabira, iniciada na gestão do ex-governador José Maranhão, e abandonada após sua derrota para o atual Ricardo Coutinho, foi concluída, equipada e entregue a população em apenas seis meses.
A UPA de Campina Grande, que a gestão de Veneziano Vital tenta denominar erroneamente de Hospital, está sendo entregue, ainda não totalmente concluída, com um atraso de um ano e meio.
A Unidade de Pronto Atendimento de Guarabira foi inaugurada pelo governador Ricardo Coutinho em 11 de novembro de 2011 e, como se pode observar pelas fotos, trata-se de equipamentos ambulatoriais. Nas UPAs, o paciente que for atendido, será encaminhado para hospitais apenas se o quadro clínico exigir uma maior complexidade, como cirurgias. A internação não poderá ser superior a 24 horas.
Fica ai provado, com fotos e documentos do MS que UPA não é hospital.
Cláudio Goes